quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dia 18: visitamos Genebra e ganhamos um passei na França

Depois de um belo jantar preparado pela Patrícia e boas cervejas e bate-papo, eis que acordamos com um dia nublado e até mesmo um pouco chuvoso. Parecia desanimar o passeio previsto de carro do Camilo com a gente, levando a um monte que tem bela vista da cidade. Mas a nossa manhã foi tranquila e devagar, deixando os pequenos brincarem um pouco enquanto tomamos o café da manhã.

Faim, Sonia e Patrícia no bate papo
Mara com Rafa e Cauê


Até preparar tudo para sair, ajeitar as tralhas e colocar o Rafa na cadeirinha do Cauê, eis que o tempo já começou a melhorar. Nosso destino: França! França? Mas como? Não fomos visitar a Suíça? Sim, mas eis que Genebra fica na região da divisa com a França e o passeio na subida pelo Monte para avistar a cidade e parte dos Alpes já está no lado desse outro país. Mas que beleza hein, levamos de brinde a visita a mais uma país em que nunca havíamos pisado.
Mas antes, uma paradinha estratégica - ainda no lado da Suíça - em uma cervejaria artesanal. Ali numa pequena garagem se fabricam 3 tipos de cerveja. O mais interessante é que você pode chegar e provar à vontade qualquer uma delas servindo-se na chopeira sobre a pia. Pode tomar quanto quiser e deixar alguma 'caixinha' para os proprietários. E a cerveja é muito boa.

uma parada na cervejaria artesanal

Rafa relembrando os tempos da cadeirinha do lado contrário
Logo adiante cruzamos a fronteira com a França - aliás uma fronteira bem fajuta, só uma casinha sem ninguém por perto - e começamos a subida em direção à cidadezinha de La Croisette. O tempo nublado não criava muita expectativa. Mas ao chegarmos lá, mesmo sem ter um céu azul, poderia se avistar 2 lados: uma da cidade de Genebra - totalmente coberto pelas nuvens - e o outro dos Alpes Suíços, com vista parcial do Mont Blanc, a montanha mais alta dos Alpes e da Europa Ocidental.
Com certeza valeu o passeio e as vistas maravilhosas desse lugar. Onde estávamos praticamente não se vê mais ninguém, a não ser poucas pessoas fazendo pique-nique.

curtindo a paisagem dos Alpes


passeando nas alturas


lindas paisagens


nós adultos brincamos mais nessa engenhoca do que o Rafa, gastamos quase 1/2 hora ali



Andamos ali pelo vilarejo esperando que o tempo melhorasse para o outro lado, onde teríamos uma vista completa de Genebra e o lago - nessa hora que brincamos com uma engenhoca de pura física, muito interessante e bolado por algum louco. Mas como as nuvens não deram trégua, voltamos à cidade de Genebra para completar a visita a outros pontos turísticos.
Mundialmente Genebra é conhecida como cidade da paz, uma vez que a maior parte das organizações internacionais ficam lá (abriga mais de 200). É lá que fica a sede da ONU, onde os líderes mundiais se reúnem, além de outras organizações como a da Saúde, etc. Fizemos uma breve parada em frente à sede da ONU, onde havia uma pequena manifestação sobre os problemas na Síria.

visitando a sede da ONU
monumento em frente à ONU, contra a fabricação de minas terrestres - a perna quebrada representa os inválidos de guerra

bela vista do Lago Genebra e os Alpes ao fundo (foto by Camilo)


E depois do passeio de carro pelos pontos turísticos da cidade, eis que voltamos à França. Muito chique esse negócio de ficar mudando de país várias vezes no mesmo dia. Dessa vez era para fazer compras no Carrefour na cidade após a fronteira. É que lá é bem mais barato comprar do que na Suíça. E como tínhamos planejado comprar algumas coisas para o jantar no apartamento do Camilo, fomos às compras.

novamente atravessando a fronteira com a França para ir ao supermercado
Na volta no caminho pudemos avistar o edifício da CERN (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear). Foi aqui que nasceu o tão famoso www da Internet. E o mais importante, é aqui que cientistas de várias partes do mundo tentam comprovar o início do universo. Para quem viu o filme "Anjos e Demônios" no início se vê uma cientista participando da experiência com a máquina de aceleração de prótons. Tudo isso simulava esse lugar.


CERN - onde os cientistas 'brincam' de recriar o universo

Feito o tour com a ajuda total do Camilo - nosso guia turístico e motorista particular - voltamos ao apartamento para curtir um jantar com pato assado. Mas antes já havíamos combinado de provar como aperitivo o tradicional (para os franceses) escargot. É isso mesmo, comemos caracóis! E não é que o negócio é bom mesmo? Não sei o gosto dele puro, mas como era temperado estava muito bom. Até o Rafa provou! E gostou!

provando escargot pela primeira vez




até o Rafa comeu os caracóis

Ah, o jantar com o pato assado estava excelente também!

último jantar em Genebra


Rafa depois do jantar

Terminava ali nossa visita aos amigos Camilo, Patrícia e Cauê. Muito obrigado pela hospitalidade e passeios! Foi tudo muito bom.
E assim nos despedíamos - em parte - da Suíça francesa. No dia seguinte faríamos uma viagem de trem em uma rota panorâmica, chegando à Lucerna, já na Suíça alemã.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dia 17: chegando na Suíça

Acordamos cedo em Milão pra conseguir comprar o tal do Swiss Pass, rezando para que o que encontrei de informação na Internet fosse correto na loja que tinha próximo ao Hotel, afinal adiamos por 4 horas a viagem pra Suíça por conta disso. Eu e D. Sonia fomos à loja assim que abriu às 9hs e de fato lá vendia o passe. Ufaaaa! Estávamos tranquilos pra viajar. E com uma ótimo notícia: no mês de maio havia uma promoção de que na compra do passe para 1 passageiro valia para 2. Isso representava uma economia de 220 euros! E que economia hein! (para quem pensa em viajar para a Suíça, essa promoção vale para os meses de Setembro e Outubro de 2012 também, mas só para alguns tipos de passes).
E durante o cadastro dos nossos dados no passe, eis que a atendente vira pra minha mãe e lhe dá os Parabéns!!! Caraca, era aniversário dela, eu nem a tinha cumprimentado. E o pior! Nem ela tinha se lembrado. Sabe como são férias né, você mal sabe qual dia você está.... Pois é, Dona Sonia comemorando o aniversário com uma viagem da Itália para a Suíça. Muito chique hein!

Fizemos as malas, deixamos todo o volume que não iríamos utilizar no hotel para pegar na volta, juntamos 1 mala grande e 2 mochilas e fomos pra estação. A viagem entre Milão e Genebra dura cerca de 4 horas. Compramos uns lanches, afinal não daria tempo de almoçar e embarcamos para o nosso 3º país nessa viagem (lembre-se que o Vaticano é um país independente, então conta pro nosso curriculum de visitas! hehehe).
O Rafa estava eufórico dentro do trem. Tudo era novidade pra ele. Coitava da mulher que dividiu a outra poltrona com a gente (são 4 poltronas com 2 de cada lado viradas entre si, com uma mesinha no meio). Mas coitada uma ova. A gente sabe que criança incomoda, não é fácil. Até aí tudo bem. Mas não é que a sacana da italiana ficava bufando, soltava umas porcarias em italiano achando que a gente não ia entender, só reclamando do carinha. Que atrapalha a viagem pra quem está do lado a gente sabe, mas não precisa ficar jogando na cara né. Mas ela teve o que merece. Depois de um tempo quando o trem ficou mais vazio depois de um trecho, ela se mudou para outra poltrona. Após passa a fronteira com a Suíça os policiais de controle de fronteira encasquetaram (nunca escrevi essa palavra antes!) com a tal da mulher, exigindo diversos documentos, fazendo inúmeras perguntas. E na parada seguinte? Uma família com 2 filhos resolveu também dividir a poltrona com ela. Tá vendo?!
Bom, depois ficamos sabendo que as pessoas fazerem cara feia e bufarem sem desfarçar é comum entre os europeus. Então o melhor a fazer é ignorar e não se incomodar com isso.
Depois de mais ou menos 1 hora o Rafa dormiu e seguiu assim o restante da viagem, enquanto pudemos fazer nossos lanches tranquilos e curtir a paisagem que apresentada os alpes com seus picos com neve, um belo cartão de visitas do país.

Rafa empolgado com a viagem do trem

Rafa capotado depois de 1 hora no trem

fazendo um lanchinho na viagem

a paisagem apresentava os alpes e seus picos com neve
Chegamos à Genebra por volta das 4 da tarde. O tempo estava nublado, mas não frio. Durante 2 dias ficaríamos hospedado na casa do Camilo, Patrícia e o simpatissíssimo Cauê. Eles moram na Suíça a mais ou menos 5 anos. Combinamos com o Camilo de nos encontrarmos numa praça central, próximo ao seu trabalho. Assim seguimos pra lá percorrendo e vendo um pouquinho da cidade no caminho. E nos deparamos com as primeiras dificuldades com o idioma francês. Estava tão tranquilo no italiano....

chegando em Genebra

primeiras caminhadas por Genebra e já deu pra ver belas vistas

agora teríamos que encarar o idioma francês! Nem pensei em pronunciar o nome dessa rua em voz alta
Chegamos à Place du Molard (praça), muito agradável e ponto de encontro das pessoas após o trabalho. Como era emenda de feriado, não havia tanta gente trabalhando e mesmo antes das 5 da tarde a praça já estava cheia de gente curtindo um happy hour. Ficamos no ponto de encontro em frente à cervejaria do mesmo nome. E como se tratava de uma cervejaria, nada melhor que esperar tomando umas e aproveitando as primeiras horas na nova cidade e no novo país.

tomando uma cervejinha na Place du Molard

cervejinha boa
Depois das 6 o Camilo chegou e logo fomos dar uma volta em alguns pontos conhecidos ali mesmo próximo à praça. O primeiro deles é um dos mais famosos pontos de visita de Genebra, o relógio florido. Como o Camilo mesmo disse, é daqueles micoturismos que se tem que fazer. Não é nada demais, mas se tá na lista do que ver, então porque não parar e tirar uma foto né?

o relógio florido
Seguimos caminhando pelo Jardin Anglais, um bonito parque que beira o Lago Genebra e se tem uma vista do Jet d'Eau, o famoso jato d'água de 140 metros de altura.

Jet 'Eau

caminhando no Jardin Anglais
Ali mesmo fizemos um pequeno passeio de barco, que na verdade é um meio de transporte comum ali para se ir de uma margem a outra do lago. Com o Swiss Pass todos os transportes públicos estão incluídos, então já fomos nós pra mais esse tourzinho.

curtindo um passeio rápido de barco já nas primeiras horas

visual do Lago Genebra

Mara, Camilo e Faim tomando uma cervejinha inaugural pra comemorar a visita

o Rafa também tomou a dele

Feito o primeiro tour básico pela cidade, seguimos para o apartamento do Camilo, onde encontramos a Patrícia e o Cauê. Fomos recebidos com um belo jantar que era um bacalhau preparado de um jeito nem diferente. Não sei dizer como nem o nome, mas a Patrícia pode ajudar né. E assim seguimos tomando cerveja por várias horas enquanto os bebês dormiram e pudemos colocar a conversa em dia.
No dia seguinte a proposta era fazer uns passeios pelos montes que circulam Genebra, que já fica do lado da França. Opa! Será que fomos visitar a Suíça e ganharíamos um passeio na França?! Aguarde detalhes no próximo post.

Au revoir (até logo)

sábado, 26 de maio de 2012

Apanhado geral da viagem pela Itália

Depois de 16 dias na Itália, nos dirigimos para terminar os últimos 5 dias (na verdade 4 dias e meio) na Suíça. Mas terminada essa primeira fase, resolvi fazer um apanhado geral sobre esse país.

A primeira coisa que peço a quem me encontrar na volta da viagem é que NÃO me perguntem o que nós gostamos mais da Itália. É um país incrível para se visitar, com muita riqueza cultural e histórica, e paisagens e gastronomia incríveis. É dos países mais agradáveis - se não o mais agradável - que já visitei, por todos os tipos de turismo que se pode praticar lá. Por isso tudo fica difícil relatar o que é o melhor da Itália (o pior eu falo: Nápoles! hehehe, não voltaria lá de jeito nenhum).
Outro ponto interessante que sai com a impressão é que a Itália está muito mais para o Brasil do que para a Europa. Hoje em dia já está muito normal encontrar pessoas viajando pelo exterior, que já tenham alguma experiência na Europa e tudo. Mas desde pequeno me lembro de sempre ouvirmos da Europa e dos Estados Unidos só coisas boas, onde tudo funciona, onde todos respeitam tudo, onde tudo é certinho demais. Bem, a Itália não é bem assim. Aquela Europa que tanto "falam" melhor deixa para Alemanha, Suíca, entre outros. A Itália é muito mais parecida com o Brasil nesse ponto. Não seria muito estranho se fosse na América Latina. Mas até por isso mesmo torna tão bacana viajar por lá. Há muitas coisas em comum. No jeito do italiano, na forma de como eles lidam com as coisas, como conversam, como te atendem. Do mesmo jeito que se encontram os italianos que parecem estar brigando entre si - quando na verdade só estão conversando -, é fácil achar aqueles hiper simpáticos, brincalhões, e que querem te agradar todo o tempo. Mas também há os broncos, que parecem estar de mal com o mundo, e não se esforçam nem um pouco em se fazerem entender.

Para quem gosta de história, a Itália é um prato cheio. Incrível conviver numa cidade com coisas modernas como Roma, mas que ao lado tem monumentos de mais de 2 mil anos. Não menos incrível é visitar Veneza, que podemos dizer que é uma cidade única, não há nada igual nesse mundo. É daquele lugares que todos deveriam ir ao menos uma vez na vida. E o que dizer das paisagens da Costa Amalfitana, Ilha de Capri, Cinque Terre e Toscana? De paisagens no Brasil nós entendemos. Mas tenho certeza que, por esses lugares, os italianos também sabem muito bem o que é ter lugares bonitos.
Visitar a Itália é algo bem intenso. É andar muito, é ler muito, é conhecer muito. Só olhar monumentos não basta. É preciso estar com um guia ou folhetos de referência, pois saber do que se trata ou porque foi feita cada coisa, torna muito mais interessante a visita. Pois tudo é coberto de muita história, muitas coisas interessantes, que não basta se só chegar e olhar para uma praça com fontes lindíssimas.

E o que dizer da gastronomia? Basicamente: massa, pizza, massa, pizza, massa, pizza! Mas em cada lugarzinho meia-boca, pode-se provar as melhores massas que já comeu na vida. Isso sem falar dos vinhos (e olha que não entendo nada). E nem gasta-se tanto quanto imaginei. Isso porque boa parte dos dias você nem vai ter tempo de sentar e almoçar num restaurante. Mas entrar no esquema do italiano que come um panini ou uma pizza para ser rápido. Mas sempre que puder jantar para apreciar, na maioria das vezes vai sair com a sensação de um excelente jantar.

Passear de carro pela Itália foi muito agradável. No nosso caso necessário por estar com o Rafa. Viajar de trem por lá carregando malas pesadas e ainda dar conta de um bebê com um carrinho e mais uma mala, seria uma tarefa dificílima. E mesmo evitando - e as vezes nem se quisesse - dirigir nas cidades, valeu a pena pelo conforto e até economicamente (estávamos em 3 adultos). De carro se tem mais liberdade, pudemos fazer paradas nas estradas e conhecer mais coisas. À noite pudemos andar pelos centros históricos em algumas vezes e apreciar as dificuldades de se dirigir em uma parte da cidade não planejada para isso. As estradas são ótimas, é como dirigir no estado de São Paulo nas estradas privatizadas (e os pedágios lá são tão caros quanto aqui). Nas cidades eu tinha lido que era tudo uma loucura, mas nada mais difícil do que dirigir em São Paulo. A quantidade de carros é bem menos que aqui, mas o trânsito é de fato mais louco em Roma e Milão. Não se tem tantas regras de trânsito respeitadas, mas incrivelmente tudo funciona e flui. E não vimos nenhum acidente. O respeito ao pedestre funciona bem melhor que aqui (só em Roma fica a desejar um pouco). Mas bagunçado mesmo é o esquema de estacionar o carro. Coloca-se onde dá, em canteiros, em praças, até mesmo em fila dupla durante uma noite toda (cheguei a ver carros em fila tripla algumas vezes, no meio de uma rua onde continuam circulando outros carros).

O hotéis todos nos surpreenderam positivamente. Sempre ouvi que hotéis na Europa são apertados e caros. Talvez por estarmos em quartos triplos isso ajudou, pois todos eles foram amplos o suficiente para ficarmos confortáveis até mesmo com berço para o Rafa. Tudo pelo booking.com que funcionou perfeitamente (é só escolher os que tem um "joinha" ao lado que não tem erro, coisa ruim não vai ser).

Andamos quase 3 mil quilômetros, por mais da metade do território italiano, visitando 25 cidades ou vilarejos (alguns de passagem ou visitas rápidas). Alguns dias foram bem corridos e cansativos, mas conseguimos cumprir tudo o que planejamos. A maioria dos lugares teria motivos suficientes para se ficar mais tempo, seja pela quantidade de atrações turísticas, ou simplesmente para curtir e relaxar.
Com isso só dá para concluir uma coisa: a Itália é daqueles países para se voltar mais vezes na vida, pois sempre vai haver muito o que curtir!

Arrivederci Itália!!!!!
e rumo à Suíça...

Dias 15 e 16: Milão: turismo mais light

Chegava então nossa última jornada pela Itália, saindo da costa da Ligúria em direção à Milão. No trajeto paramos em Parma para conhecer rapidamente a cidade, com a intenção principal de provar o famoso presunto e o queijo parmesão originais. No centro histórico já chegamos em um mercado ao ar livre um pouco diferente. No formato de uma feira, ali se vende tudo quanto é artigo de roupas e acessórios.
Andamos rapidamente por ali e também para conhecer o Duomo, que se encontrava em reforma. Foi uma visita rápida, mas deixou a impressão de ser uma cidade bem agradável, limpa e bem preservada. Fizemos um almoço do tipo express, levando pizza no carro mesmo na viagem até Milão, afim de economizar tempo e aproveitar a tarde lá na última cidade a visitar.

Comércio de roupas em Parma

Ruas bem agradáveis pelo centro histórico de Parma
No início da tarde chegamos à Milão, no hotel bem próximo à estação central. Não havia entrada de carros no hotel, e muito menos vagas para estacionar na rua. Mas nada como 15 dias naquele país para pegar o jeitinho italiano de lidar com esse problema. Você para em fila dupla pelo tempo que for preciso. Liguei o pisca alerta, fizemos o check-in, descarregamos todas as bagagens, e depois ainda ficou lá por mais um tempão esperando um manobrista que levaria o carro para o estacionamento. Problema? Nenhum! Aliás ali mesmo vi mais 2 carros assim poucos minutos depois. Multa eu não levei, ou pelo menos não fui notificado nenhuma vez. Se chegar no Brasil depois aí é outra história.... mas isso é normal lá.
Logo saímos por um tour em alguns dos principais turísticos de Milão. Não há tantos assim e por isso 1 dia é suficiente para visitar tudo. Tínhamos aquela tarde e a manhã seguinte. Pegamos o metrô e logo estávamos no Duomo, um dos mais impressionantes de toda a Itália pela sua arquitetura gótica. Com início da construção desde 1386 e com o final do modelo atual terminando mais de 400 anos depois, após muitas intervenções e mudanças, a catedral por fora é bem mais atraente do que internamente, o que não acontece em outros como o de Siena por exemplo que por dentro é impressionantemente bonita.

Duomo de Milão

mais um dia muito bonito
Bem ao lado, na mesma praça, fomos visitar a Galleria Vittorio Emanuele II (de 1865-1877), muito famosa pelos seus tetos desenhados em vidro. No seu interior encontram-se muitas lojas de grifes, ótimos para ver apenas.

Galleria Vittorio Emanuele II

esse touro é famoso pelos turistas pisarem com o calcanhar nos seus genitais, para trazer sorte

Caminhamos pelas ruas próximas à Praça do Duomo, que nos fez perceber o quanto a cidade é de fato conhecida como capital da moda, pois é cheia de pessoas elegantes circulando pelas ruas. E mais cheia do que outras grandes cidades (exceto as muito turísticas Roma e Veneza). Afinal é o centro financeiro e econômico da Itália.
Chegamos ao Castelo Sforzesco, construído no século XV, que atualmente abriga museus e galerias de arte. Não chegamos a visitar nada mais do que a construção em si. Ventava muito nesse dia, apesar de ensolarado, e o parque que se encontra ao fundo do castelo passou a ser algo indesejável para nós com o Rafa, já que levantava bastante poeira.

Castelo Sforzesco

entrada do Castelo
Depois de um lanchinho na rua mesmo, onde pudemos provar um crepe muito bom, pegamos novamente o metrô e descemos na região conhecida como Quadrilatero della Moda. Trata-se de um bairro em que nas ruas estão apresentadas as principais lojas de grifes e marcas de estilistas mundialmente famosos. Afinal estamos na capital da moda né. Os preços? Melhor nem comentar. É só pra quem é do ramo ou muito chique mesmo.

As mulheres circulando pelo Quadrilatero della Moda

vitrine da loja da Prada
precinhos camaradas da mesma vitrine


Já tínhamos cumprido o que havia de principal pra se conhecer em Milão em termos de pontos turísticos. Quer dizer, ainda faltava um deles, que era ver a pintura original "A Última Ceia", do Leonardo da Vinci. Mas isso ficaria para o dia seguinte pois estava agendado havia meses (é preciso agendar como uns 2 meses antes).
Depois de um descanso no hotel à tarde, nos preparamos para sair para jantar. Dona Sonia preferiu ficar descansando, e o Rafa nos acompanhou em mais essa jornada. Era uma noite mais fria que outras que enfrentamos, principalmente pelo vento que fazia. Seguimos para o bairro Navigli, conhecido pela sua noite agitada e onde concentram-se a maior parte de bares e restaurantes da cidade. Fomos atrás de uma sugestão do guia, pra variar fiquei um bom tempo procurando uma vaga para estacionar. Como referência, imagine sair para uma noitada na Vila Olímpia e querer parar o carro na rua em pleno sábado à noite. Imaginou? Pois isso é Milão, mas a diferença é que não há opção de estacionamentos pagos. É procurar, procurar e procurar. Depois de umas 3 voltas pelos quarteirões por ali, encontrei uma vaga há 2 quadras do restaurante. Fomos caminhando rapidinho pelo frio que cortava o rosto do Rafa, e quando chegamos ao restaurante já depois das 10 da noite, a nossa frustração por ouvir que já estavam fechando. Pois é, São Paulo é São Paulo, acho que até hoje não visitei nenhuma cidade igual em termos de encontrar de tudo a qualquer hora. E olha que Milão é como a São Paulo da Itália. Era uma quarta-feira em um bairro movimentado pela noite, mas mesmo assim os costumes são outros.
Após o cara que nos atendeu pedir mil desculpas, nos indicou outro ao lado que provavelmente estaria aberto. Ei que fomos lá e parece que as coisas são para dar certo mesmo. Ali tivemos um jantar excelente, com uma comida muito boa. O Rafa já estava com farol baixo, mas o senhor que nos atendeu tratou logo de lhe dar umas canetinhas e papel e ele passou o jantar brincando tranquilão. A Mara pediu uma massa que não soubemos explicar direito. Vem em formato de cilindros na vertical recheados de uma espécie de calabresa. Eu pedi um ravioli que depois percebemos que era recheado com a gema do ovo. Incrível! Na apresentação e no gosto.

preparando o Rafa para uma noite fria

Rafa desenhando no jantar

jantarzinho bem agradável

comida excelente
No dia seguinte, o 16o. da nossa viagem, tínhamos o compromisso de visitar a pintura "A Última Ceia" (Cenacolo Viciano), de Leonardo da Vinci. Reservamos com cerca de 1 mês antes, com um pouco de sorte quando abriu vagas nesse dia que estaríamos lá. Quem for e quer muito visitar, precisa agendar com cerca de 2 meses antes, pois as visitas são limitadas a 25 pessoas por vez, por 15 minutos.
A obra de arte fica dentro do refeitório do convento Santa Maria della Grazie, construído por um Duque para sepultar seus familiares. A pintura retrata a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, retratada por muitos e muitos pintores ao longo do tempo. Porém essa ficou sendo a mais famosa por ter sido feita por Leonardo da Vinci com tamanha realidade e profundidade da cena. A pintura, que fica em uma das paredes do refeitório, já sofreu muitas agressões ao longo do tempo, inclusive por bombardeios na Segunda Guerra Mundial.
Visitar essa pintura se torna interessante pela sua importância e por ser tão famosa. Mas para quem não é amante da arte e da pintura como eu, não posso dizer que é algo imperdível. Se está em Milão e tem algum tempo, vale a pena ver mais essa obra prima da história. Mas pensar em ir para Milão só para isso, eu diria que é só para especialistas, estudantes ou amantes da arte. Desculpem os amantes da arte, só fui sincero! Detalhe: não podemos fotografar.

Santa Maria della Grazie, onde fica a pintura "A Última Ceia"

painel simulando a pintura "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci

Nossa tarde estava inicialmente planejada para percorrermos algumas cidades ao longo do Lago di Como, uma região ao norte de Milão, cerca de 1 hora de carro, já vizinha aos alpes que fazem fronteira com a Suíça. Porém alguns fatores nos fizeram desistir do passeio. Haviam algumas compras a serem feitas, precisava devolver o carro e estava sem o endereço (e o Hotel sem Internet) e ainda tinha que procurar como comprar o passe para viajar de trem pela Suíça. Enquanto as mulheres circularam pela avenida Corso Buenos Aires, famosa por ter várias lojas com preços decentes, eu tentei conseguir Internet e pesquisar o que precisava sobre o carro e o passe. Como não tinha Internet no hotel, tudo complicou. Então resolvi apostar no GPS para encontrar a loja da Europcar mais próxima para devolver o carro. Depois de 20 minutos procurando um posto de gasolina e quase 1 hora brigando com os endereços do GPS que não eram da locadora, cair em ruas interditadas e perguntar para algumas pessoas, finalmente consegui encontrar e devolver o carro. No total gastei mais de 2 horas até voltar para o Hotel.
Depois eu e minha mãe fomos à estação tentar comprar o tal Swiss Pass, que é usado para circular livremente de trens e transportes públicos pela Suíca. Se torna um meio mais econômico de viajar por lá por alguns dias. Mas quem disse que alguém na Itália sabia disso? Depois de entrar num ponto de Internet e pesquisar pontos de venda, nenhum deles sabia do que se tratava. A ideia era sair de Milão no trem de Genebra äs 8:05 do dia seguinte. Mas sem esse passe não poderíamos cruzar a fronteira, a não ser pagando pelo trecho todo, o que não seria preciso com esse passe.
Decidimos à noite que iríamos só no trem mais tarde, às 12:25, para dar tempo de resolver isso. Ou seja, perdemos uma tarde e uma manhã por conta de não ter comprado isso antes, ou mesmo se informado melhor. Mas acabou dando certo (conto no próximo post).
Com tudo encaminhado e malas já guardadas para deixar no hotel as que não usaríamos nos 5 dias se Suíça, fomos fazer nosso último jantar na Itália. Pra variar não estava fácil encontrar algo aberto. Encontramos um que estava relativamente cheio e aberto, era de proprietários chineses mas de cozinha italiana. Tudo estava muito bom, limpinho e nos deixou impressionado com a agilidade do atendimento, pois os chineses faziam uma correria danada. Comemos pratos excelentes e valeu como despedida dessa gastronomia espetacular que a Itália tem (apesar de estarmos já relativamente fartos de comer massa por tanto tempo).

último jantar na Itália

jantando em Milão

Logo vou fazer um apanhado geral do nosso tour de 16 dias pela Itália. No próximo post...
Arrivederci Itália!