Chegava então nossa última jornada pela Itália, saindo da costa da Ligúria em direção à Milão. No trajeto paramos em Parma para conhecer rapidamente a cidade, com a intenção principal de provar o famoso presunto e o queijo parmesão originais. No centro histórico já chegamos em um mercado ao ar livre um pouco diferente. No formato de uma feira, ali se vende tudo quanto é artigo de roupas e acessórios.
Andamos rapidamente por ali e também para conhecer o Duomo, que se encontrava em reforma. Foi uma visita rápida, mas deixou a impressão de ser uma cidade bem agradável, limpa e bem preservada. Fizemos um almoço do tipo express, levando pizza no carro mesmo na viagem até Milão, afim de economizar tempo e aproveitar a tarde lá na última cidade a visitar.
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Comércio de roupas em Parma |
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Ruas bem agradáveis pelo centro histórico de Parma |
No início da tarde chegamos à
Milão, no hotel bem próximo à estação central. Não havia entrada de carros no hotel, e muito menos vagas para estacionar na rua. Mas nada como 15 dias naquele país para pegar o jeitinho italiano de lidar com esse problema. Você para em fila dupla pelo tempo que for preciso. Liguei o pisca alerta, fizemos o check-in, descarregamos todas as bagagens, e depois ainda ficou lá por mais um tempão esperando um manobrista que levaria o carro para o estacionamento. Problema? Nenhum! Aliás ali mesmo vi mais 2 carros assim poucos minutos depois. Multa eu não levei, ou pelo menos não fui notificado nenhuma vez. Se chegar no Brasil depois aí é outra história.... mas isso é normal lá.
Logo saímos por um tour em alguns dos principais turísticos de Milão. Não há tantos assim e por isso 1 dia é suficiente para visitar tudo. Tínhamos aquela tarde e a manhã seguinte. Pegamos o metrô e logo estávamos no Duomo, um dos mais impressionantes de toda a Itália pela sua arquitetura gótica. Com início da construção desde 1386 e com o final do modelo atual terminando mais de 400 anos depois, após muitas intervenções e mudanças, a catedral por fora é bem mais atraente do que internamente, o que não acontece em outros como o de Siena por exemplo que por dentro é impressionantemente bonita.
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Duomo de Milão |
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mais um dia muito bonito |
Bem ao lado, na mesma praça, fomos visitar a Galleria Vittorio Emanuele II (de 1865-1877), muito famosa pelos seus tetos desenhados em vidro. No seu interior encontram-se muitas lojas de grifes, ótimos para ver apenas.
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Galleria Vittorio Emanuele II
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esse touro é famoso pelos turistas pisarem com o calcanhar nos seus genitais, para trazer sorte |
Caminhamos pelas ruas próximas à Praça do Duomo, que nos fez perceber o quanto a cidade é de fato conhecida como capital da moda, pois é cheia de pessoas elegantes circulando pelas ruas. E mais cheia do que outras grandes cidades (exceto as muito turísticas Roma e Veneza). Afinal é o centro financeiro e econômico da Itália.
Chegamos ao Castelo Sforzesco, construído no século XV, que atualmente abriga museus e galerias de arte. Não chegamos a visitar nada mais do que a construção em si. Ventava muito nesse dia, apesar de ensolarado, e o parque que se encontra ao fundo do castelo passou a ser algo indesejável para nós com o Rafa, já que levantava bastante poeira.
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Castelo Sforzesco |
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entrada do Castelo |
Depois de um lanchinho na rua mesmo, onde pudemos provar um crepe muito bom, pegamos novamente o metrô e descemos na região conhecida como Quadrilatero della Moda. Trata-se de um bairro em que nas ruas estão apresentadas as principais lojas de grifes e marcas de estilistas mundialmente famosos. Afinal estamos na capital da moda né. Os preços? Melhor nem comentar. É só pra quem é do ramo ou muito chique mesmo.
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As mulheres circulando pelo Quadrilatero della Moda |
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vitrine da loja da Prada |
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precinhos camaradas da mesma vitrine |
Já tínhamos cumprido o que havia de principal pra se conhecer em Milão em termos de pontos turísticos. Quer dizer, ainda faltava um deles, que era ver a pintura original "A Última Ceia", do Leonardo da Vinci. Mas isso ficaria para o dia seguinte pois estava agendado havia meses (é preciso agendar como uns 2 meses antes).
Depois de um descanso no hotel à tarde, nos preparamos para sair para jantar. Dona Sonia preferiu ficar descansando, e o Rafa nos acompanhou em mais essa jornada. Era uma noite mais fria que outras que enfrentamos, principalmente pelo vento que fazia. Seguimos para o bairro Navigli, conhecido pela sua noite agitada e onde concentram-se a maior parte de bares e restaurantes da cidade. Fomos atrás de uma sugestão do guia, pra variar fiquei um bom tempo procurando uma vaga para estacionar. Como referência, imagine sair para uma noitada na Vila Olímpia e querer parar o carro na rua em pleno sábado à noite. Imaginou? Pois isso é Milão, mas a diferença é que não há opção de estacionamentos pagos. É procurar, procurar e procurar. Depois de umas 3 voltas pelos quarteirões por ali, encontrei uma vaga há 2 quadras do restaurante. Fomos caminhando rapidinho pelo frio que cortava o rosto do Rafa, e quando chegamos ao restaurante já depois das 10 da noite, a nossa frustração por ouvir que já estavam fechando. Pois é, São Paulo é São Paulo, acho que até hoje não visitei nenhuma cidade igual em termos de encontrar de tudo a qualquer hora. E olha que Milão é como a São Paulo da Itália. Era uma quarta-feira em um bairro movimentado pela noite, mas mesmo assim os costumes são outros.
Após o cara que nos atendeu pedir mil desculpas, nos indicou outro ao lado que provavelmente estaria aberto. Ei que fomos lá e parece que as coisas são para dar certo mesmo. Ali tivemos um jantar excelente, com uma comida muito boa. O Rafa já estava com farol baixo, mas o senhor que nos atendeu tratou logo de lhe dar umas canetinhas e papel e ele passou o jantar brincando tranquilão. A Mara pediu uma massa que não soubemos explicar direito. Vem em formato de cilindros na vertical recheados de uma espécie de calabresa. Eu pedi um ravioli que depois percebemos que era recheado com a gema do ovo. Incrível! Na apresentação e no gosto.
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preparando o Rafa para uma noite fria |
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Rafa desenhando no jantar |
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jantarzinho bem agradável |
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comida excelente |
No dia seguinte, o 16o. da nossa viagem, tínhamos o compromisso de visitar a pintura "A Última Ceia" (
Cenacolo Viciano), de Leonardo da Vinci. Reservamos com cerca de 1 mês antes, com um pouco de sorte quando abriu vagas nesse dia que estaríamos lá. Quem for e quer muito visitar, precisa agendar com cerca de 2 meses antes, pois as visitas são limitadas a 25 pessoas por vez, por 15 minutos.
A obra de arte fica dentro do refeitório do convento Santa Maria della Grazie, construído por um Duque para sepultar seus familiares. A pintura retrata a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, retratada por muitos e muitos pintores ao longo do tempo. Porém essa ficou sendo a mais famosa por ter sido feita por Leonardo da Vinci com tamanha realidade e profundidade da cena. A pintura, que fica em uma das paredes do refeitório, já sofreu muitas agressões ao longo do tempo, inclusive por bombardeios na Segunda Guerra Mundial.
Visitar essa pintura se torna interessante pela sua importância e por ser tão famosa. Mas para quem não é amante da arte e da pintura como eu, não posso dizer que é algo imperdível. Se está em Milão e tem algum tempo, vale a pena ver mais essa obra prima da história. Mas pensar em ir para Milão só para isso, eu diria que é só para especialistas, estudantes ou amantes da arte. Desculpem os amantes da arte, só fui sincero! Detalhe: não podemos fotografar.
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Santa Maria della Grazie, onde fica a pintura "A Última Ceia" |
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painel simulando a pintura "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci |
Nossa tarde estava inicialmente planejada para percorrermos algumas cidades ao longo do Lago di Como, uma região ao norte de Milão, cerca de 1 hora de carro, já vizinha aos alpes que fazem fronteira com a Suíça. Porém alguns fatores nos fizeram desistir do passeio. Haviam algumas compras a serem feitas, precisava devolver o carro e estava sem o endereço (e o Hotel sem Internet) e ainda tinha que procurar como comprar o passe para viajar de trem pela Suíça. Enquanto as mulheres circularam pela avenida Corso Buenos Aires, famosa por ter várias lojas com preços decentes, eu tentei conseguir Internet e pesquisar o que precisava sobre o carro e o passe. Como não tinha Internet no hotel, tudo complicou. Então resolvi apostar no GPS para encontrar a loja da Europcar mais próxima para devolver o carro. Depois de 20 minutos procurando um posto de gasolina e quase 1 hora brigando com os endereços do GPS que não eram da locadora, cair em ruas interditadas e perguntar para algumas pessoas, finalmente consegui encontrar e devolver o carro. No total gastei mais de 2 horas até voltar para o Hotel.
Depois eu e minha mãe fomos à estação tentar comprar o tal Swiss Pass, que é usado para circular livremente de trens e transportes públicos pela Suíca. Se torna um meio mais econômico de viajar por lá por alguns dias. Mas quem disse que alguém na Itália sabia disso? Depois de entrar num ponto de Internet e pesquisar pontos de venda, nenhum deles sabia do que se tratava. A ideia era sair de Milão no trem de Genebra äs 8:05 do dia seguinte. Mas sem esse passe não poderíamos cruzar a fronteira, a não ser pagando pelo trecho todo, o que não seria preciso com esse passe.
Decidimos à noite que iríamos só no trem mais tarde, às 12:25, para dar tempo de resolver isso. Ou seja, perdemos uma tarde e uma manhã por conta de não ter comprado isso antes, ou mesmo se informado melhor. Mas acabou dando certo (conto no próximo post).
Com tudo encaminhado e malas já guardadas para deixar no hotel as que não usaríamos nos 5 dias se Suíça, fomos fazer nosso último jantar na Itália. Pra variar não estava fácil encontrar algo aberto. Encontramos um que estava relativamente cheio e aberto, era de proprietários chineses mas de cozinha italiana. Tudo estava muito bom, limpinho e nos deixou impressionado com a agilidade do atendimento, pois os chineses faziam uma correria danada. Comemos pratos excelentes e valeu como despedida dessa gastronomia espetacular que a Itália tem (apesar de estarmos já relativamente fartos de comer massa por tanto tempo).
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último jantar na Itália |
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jantando em Milão |
Logo vou fazer um apanhado geral do nosso tour de 16 dias pela Itália. No próximo post...
Arrivederci Itália!