domingo, 17 de fevereiro de 2013

Dia 3: tempo para o Rafa

Começamos o dia dedicando um tempo pro Rafa curtir e acabar com as suas energias (o que é difícil). A apenas duas quadras do hotel a Plaza Peru fornece playground muito bem conservado, com espaços na sombra para as mães e pais aguardarem. E ali o carinha se esbaldou por mais de uma hora e meia. Depois passamos por ali mais algumas vezes durante a noite quando fomos jantar, e a praça fica bem iluminada e com pais e crianças sempre por ali até altas horas. Passou muita segurança a região, com muita conservação e mostrando que o espaço público está bem administrado e valorizado.

 




Playground na Plaza Peru

Já neste dia resolvemos antecipar em um dia o aluguel do carro. Em Santiago mesmo não é necessário, pois com metrô, ônibus e táxi você vai pra todo lugar de forma rápida e barata. Mas com criança não é tão fácil, e como utilizamos o Turistik um dia para dar um giro pela cidade e principais pontos turísticos, na verdade isso custa mais caro se estiver em duas pessoas do que alugar um carro. E já que o sono da tarde e o sol forte nos impediam de passar o dia todo andando de um lugar para outro sem parar (estava impossível ele dormir no carrinho com o calor e o sol que estava por aqui), resolvemos já antecipar o aluguel e usar dentro de Santiago mesmo.
A princípio tinha lido que o trânsito é pesado, etc. Mas sinceramente para quem conhece o trânsito de São Paulo, eu estou mais para comparar com o trânsito de Jundiaí. É muito tranquilo, não vimos grandes filas de carro se formando nem mesmo nos horários de rush. E todos respeitam muito as sinalizações e os pedestres. A única que não funciona muito bem é quando você precisa que eles te dêem passagem. Sei lá porque mas isso é difícil de conseguir. Dar seta porque precisa mudar de faixa não é suficiente, você tem que fazer isso com muita antecedência.

Então seguimos com o carro para o lado norte da cidade, o Parque Arauco, que é um shopping com um boulevard cheio de restaurantes. Há muitas opções. E escolhemos variar dos peixes, optando por uma costela estilo Outback. Aqui percebi o quanto os brasileiros estão sendo disputados: tinha 10% de desconto para brazucas na refeição. Pois é, sinceramente não me lembro de um lugar turístico e restaurante sequer que estivemos que não haviam brasileiros. Eu acho que esse negócio de que há 200 milhões de brasileiros, eu acho que são só os habitantes mesmo, porque deve ter outros 200 milhões espalhados por aí. Em todo lugar que você vai, qualquer país, tem gente nossa lá morando e viajando. Em Santiago eu fiquei impressionado. São muitos.
E hoje li uma matéria no jornal daqui que os brasileiros são cerca de metade dos turistas de Santiago. E por sinal somos o que mais gastamos (média de US$ 140/dia, contra apenas US$ 100/dia dos europeus e americanos). Não é a toa que os garçons já sabem traduzir a maior parte das coisas para o português. Isso quando o cardápio já não está em português.

almocinho pesado pro Rafa

Boulevard do Parque Arauco

Mais uma tarde com sesta pra família e seguimos pra mais pontos. Desta vez outro morro, o Cerro Santa Lucia, encravado bem no meio da cidade. Mais baixo que o Carro San Cristobal, é mais elegante por conter escadarias e construções antigas. A vista é mais baixa, porém traz a cidade bem de pertinho.

subindo o Cerro Santa Lucia

uma das entradas do Cerro Santa Lucia

 



vista do Cerro Santa Lucia

No jantar fomos no muito bem recomendado Astrid & Gaston. Não desapontou pela comida, mas foi uma noite de sufoco. Tínhamos reserva para 20h30. O Rafa estava naquele momento de mistura de sono e euforia por sair de novo. Mas como era um restaurante um pouco chique, o fato dele não querer ficar parado na mesa nos deixava tenso. E ele só ia do contra. Estava com sono mas não queria dormir. Eis que nosso jantar foi de forma alternativa. Um come, outro cuida. Um cuida, outro come. Valeu pela comida, mas não deu pra aproveitar de forma tranquila. E daí que mudamos nossa estratégia para as noites seguintes: sair tarde, quando ele já teria pegado no sono.
Mesmo assim ele conquistava os garçons, pois mexia com todos eles. Tanto fez, que até um chocolate ele ganhou, indo buscar dentro da cozinha.

prato de camarão muito saboroso no Astrid & Gaston

Rafa saindo da cozinha com o seu chocolate



Dia 2: turistando por Santiago

Em Santiago tínhamos um roteiro mais ou menos definido, com os pontos turísticos principais, o que também seria de agrado do Rafa e algumas sugestões de restaurantes. Mas não seguimos muito bem a ordem, até porque não havia muita necessidade. Em Santiago, a maior parte dos pontos turísticos são lugares abertos, que não se paga para visitação. Claro que existem formas de ver detalhes em visitas se for esse o objetivo, mas no geral sendo assim facilita bastante ir fazendo as coisas de uma maneira fácil.
Como andar de metrô não seria muito fácil com o carrinho de bebê e alguns pontos nem eram tão perto assim de alguma estação, decidimos por tomar o ônibus Turistik, aqueles famosos de 2 andares cheio de turistas no andar de cima, que dão uma volta pela cidade com paradas estratégicas e pode-se descer e subir o dia todo.
A primeira visão da cidade confirmou o que tínhamos visto nos arredores do hotel. Uma cidade organizada, moderna, e com muito verde.

Rafa pronto para um dia de turista

O ônibus Turistik

Santiago consegue conciliar muitas áreas verdes com modernidade


Rio Maipo, que corta Santiago


Fomos em direção ao Cerro San Cristobal, mas o funicular que faz a subida estava em manutenção e a fila do ônibus que estava levando ao topo do morro estava com mais de 1h de espera. Então partimos pra visita ao Zoológico que fica ali mesmo no mesmo Parque Metropolitano. Esse era um dos passeios previstos pra não deixar o garotinho entediado. 

Zoologico de Santiago


Quando a fome apertou, ali perto mesmo fomos almoçar no Patio Bellavista, um espaço cheio de restaurantes e lojinhas. Foi ali que provamos o primeiro ceviche, uma entrada que passou a ser rotina depois. Muito bom! É um tipo de prato de origem peruana baseado em peixe branco cru marinado em suco de limão. Sensacional!

almoço no Patio Bellavista

o primeiro de muitos ceviches que provamos

Fizemos a outra metade do tour do Turistik, passando pela parte mais histórica da cidade, onde voltaríamos depois. Como o Rafa já tinha apagado no colo, fomos direto pro hotel, esperar que a sesta do rapaizinho terminasse. Voltamos então ao Cerro San Cristobal, onde pudemos nos deliciar com a espetacular vista de toda a cidade. Ali se tem a total dimensão do quanto Santiago está encravada entre montanhas, sendo a Cordilheira dos Andes a que chama total atenção pela sua altura. Apesar do tempo totalmente aberto, é nítida a camada de poluição sobre a cidade, justamente por estar num vale. Mesmo assim acredito que a poluição não estava tão forte, pois já vi fotos bem piores em que quase não se vê a Cordilheira ao fundo.

A Cordilheira dos Andes formando o paredão ao lado de Santiago

O vale central faz Santiago ser toda plana



 
Imagem de Virgem Maria no topo do Cerro San Cristóbal


Depois fizemos mais algumas pequenas andanças pelo bairro Bellavista. Foi ali que a Mara resolveu pedir um cachorro-quente e descobrimos que pra eles é completamente normal ter abacate nesse lanche. Sinceramente fica horrível. E eles acham estranho não ter. Quando eu disse que colocamos purê de batatas no hot-dog e que abacate comemos com açúcar direto na fruta ou então vitamina batida com leite, fizeram cara de que somos loucos. Cada um com sua cultura né.

O hot-dog com abacate
Para jantar buscamos algumas indicações de blogs. E como sempre os blogs comentavam que era melhor fazer reservas, tentamos conseguir algo para aquela noite. Mas de fato em cima da hora não rolou. Então reservamos outros restaurantes para as próximas noites. Saímos a pé próximo ao hotel e tivemos uma agradável surpresa de encontrar um edifício chamado "W" que contém vários bons restaurantes, além de baladas, cafés, etc. E por ali conseguimos jantar no Bistro km.0. Só para não variar, na entrada pedimos ceviche e o restante foi para provar os peixes e frutos do mar, que realmente são excelentes.

Mais um ceviche para a conta
Com apenas duas noites, já percebemos que a viagem se tornou um tanto gastronômica. Pessoal de regime: se vier pra cá vai ser difícil se contar. Apesar de que a maior parte são peixes. Mesmo assim só o couvert deles com pãozinho e manteiga já fica difícil de se segurar.

Dia 1: as primeiras impressões (e confusões) em Santiago


Acordamos muito cedo pra chegar no Aeroporto tranquilamente. Rafa continuou dormindo e só acordou quando deixamos o carro no estacionamento. Aí ele já começou a curtir a idea de pegar uma van sentado num banco normal de adulto. O vôo saiu pontualmente as 9hs e o Rafa estava no pique quando entrou no avião. Foi difícil convencê-lo de que o cinto era obrigatório, mas depois desse momento ele dormiu a viagem toda (pra variar).
Mara e Rafa preparados para o vôo

Próximo de Santiago, o tempo estava ótimo, céu azul, e foi possível ver um pouco da Cordilheira dos Andes. Pena que não conseguimos lugar na janela, mesmo fazendo check-in com 48 antes. Só passamos vontade em ver um pouco mais da paisagem. Mas foi um belo cartão de visitas do Chile.
Já na chegada, muito calor e um aeroporto aparentemente moderno. Eis que logo essa boa impressão deu lugar às velhas lembranças dos aeroportos brasileiros: mais de 1 hora de espera na esteira para pegar as malas. E por conta dessa demora toda, a primeira confusão. Não é que o danado do cão farejador da polícia chilena dedurou a nossa mochila? Levamos uma banana pro Rafa comer no aeroporto ainda em São Paulo, mas como ele não comeu, nem lembramos de jogá-la no lixo. Eis que nossa mochila foi marcada pra ser revistada por conta de entrada de alimentos desse tipo. Foi tenso até saber que isso não tinha nada demais e que não nos custou mais do que 3 minutos com outro guardinha.

Aeroporto de Santiago

Após chegar no Hotel e arrumar as coisas, já saímos para as primeiras voltinhas na região. Estávamos próximo a Providencia, um lugar muito bacana que mescla prédios comerciais e muitos hotéis, além de comércio e uma infinidade de bares e restaurantes. É muito agradável andar por ali. Tudo é plano, as ruas extremamente limpas e os carros respeitam 100% as faixas de pedestres a ponto dos pedestres nem se importarem em olhar antes de atravessar (onde não há sinal) já que estão certos de que serão respeitados.
Parecia que havíamos chegado em uma cidade da Europa. E estávamos na América do Sul... pois é.
Já provando a primeira comidinha rápida do Chile, paramos para comer algumas empanadas e seguir em frente para conhecer a região próxima ao hotel.
Não havíamos programado nada neste dia, justamente porque é um dia mais cansativo por conta do vôo.

Rafa recebeu boas-vindas do seu mais novo ursinho chileno

Andando por Providencia
Como é importante ter moeda local para gastos pequenos onde não se aceita cartão, os bancos hoje em dia facilitam sacar diretamente em moeda local e muitas vezes isso traz até vantagem na taxa de câmbio, além de não ter que levar notas de Real. Pois então fui a um caixa eletrônico, fiz mais ou menos uma conta de sacar 500 reais e cheguei a conclusão que sacaria 120.000 pesos chilenos. Caraca meu, que dinheiro é esse! É um câmbio louco mesmo. Fiquei tão louco ao pegar 120.000 em notas - dinheiro assim que nunca vi na vida (mentira, porque no Brasil eu vivi a época do cruzado e cruzeiro)-, que depois de contar e recontar, fiquei tão eufórico que coloquei tudo na carteira e fui embora. Quase 30 minutos depois, quando fui comprar água no mercado, não é que o cartão tinha sumido? Voltei até o caixa, mas nada. O banco já havia fechado, então nem tinha com quem falar. Conclusão: no primeiro dia eu perdi o cartão bancário.

Passado o susto da m.#$! que eu fiz, pegamos algumas indicações de um blog e fomos jantar. Procuramos por um tal de Bar Liguria, que haviam três na região de Providencia. Resolvemos pegar um táxi (que é barato no Chile), sabendo mais ou menos a altura da avenida que seria um deles. Assim que entramos no táxi, já na esquina seguinte, passou o tal Bar Liguria do nosso lado. Mas já que tinha passado mesmo, vamos até o outro que procuramos. Descemos, procuramos o número e nada. Depois de andar pra cima e pra baixo, achamos melhor voltar no que tínhamos visto. Então decidimos ir de metrô, pois pelo mapa seria uma estação só. O metrô era tranquilo, um pouco velho se comparar com o de São Paulo, mas o grande problema é acessibilidade. Com o carrinho do Rafa tem que passar catracas e descer as escadas no braço.

Metrô de Santiago
Descemos, procuramos o endereço por um mapinha e sabíamos que estaria a umas 2 ou 3 quadras. Andamos mais do que parecia, e quando finalmente chegamos no tal bar, adivinha o que tinha na frente? A estação de metrô seguinte. Parecia até que foi feita só pra quem ia nesse bar, de tão perto. Pois bem, valeu por caminhar mais um pouco.
Mas a noite terminou bem. Ali provamos o famoso Pisco Sour, um tipo de pinga deles, bem forte, mas saboroso como uma caipirinha.

Jantar no Bar Liguria


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Chile: família Faim fora do Brasil no Carnaval? O que houve?


Estamos de volta com o blog, agora com mais uma viagem em família. É Carnaval, e todos sabem que esse é o feriado mais aguardado por nós pra curtir a folia. Mas com o Rafa ainda pequeno pra tanta bagunça, temos que nos conter um pouco. Mesmo assim tentamos viajar para o Brasil e conciliar as coisas. Juro, nós tentamos. Mas parece que nosso Governo não gosta muito de intervir quando o assunto é abuso de preços. Tentei de tudo em encontrar passagens, hotéis, pacotes com preço acessível. Mas não deu! Por isso procuramos outro destino e chegamos a opção do Chile! Pelo mesmo preço de passar 4 diárias de Carnaval no Nordeste, podemos passar 7 dias em outro país. Pois é...
Pois bem, destino definido, roteiro elaborado, aqui vamos nós. Mas não sem antes passar numa matinê de Carnaval né. Embarcamos somente na segunda-feira, quando a passagem era bem mais em conta (só pagamos do Rafa pois os adultos foram com milhas).
Agora é começar a relatar mais esta aventura.