segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dia 21: atravessando a Suíça de Norte a Sul para encerrar a viagem

Opa, não estava fácil terminar o blog da viagem, mas finalmente consegui chegar ao relato do último dia de nossa viagem. A viagem de volta à Milão, na Itália, por onde saía nosso vôo para o Brasil, ainda seria uma viagem panorâmica curtindo a belíssima paisagem da Suíça.

Deixamos Lucerna, na parte alemã ao norte da Suíça, com direção à Lugano, no sul da Suíça, já na parte italiana do país. Esse percurso todo é conhecido como Wilhelm Tell Express. A primeira parte da viagem é feita de barco pelo Lago Lucerna, em um visual tranquilo e bonito ao longo de toda a margem. São várias paradas, como se fosse um ônibus, porém aquático. No total levamos pouco mais de 2 horas nesse trecho. A cada parada uma vista de uma pequena cidade ou vilarejo, muitos parecendo maquetes e tudo perfeitinho como já tínhamos visto em outra partes antes. Para quem faz esse trajeto no sentido inverso, ainda pode curtir um almoço a bordo. No nosso caso poderíamos aproveitar um café, mas já estávamos bem com o que compramos e comemos na estação central, que fica ao lado do porte de embarque do barco.

deixando Lucerna por barco pelo Lago Lucerna

Rafa curtindo o passeio no barco

vilas que mais parecem "maquetes"

a bela paisagem que acompanha as margens do lago

mais visual das montanhas

a neve já ficando mais rara na paisagem

estação final do barco em Fluelen para trocar para o trem

Rafa aproveitando a espera do trem

aguardando o trem para a parte italiana da Suíça

Atravessamos mais algumas paradas ainda na Suíça alemã quando em seguida começamos a identificar nomes mais fáceis, em italiano. Pronto, já estávamos no sul do país em menos de 1 hora de trem, fazendo uma parada em Bellinzona para trocar por outro trecho. O trem seguinte nos levaria para Lugano, uma cidade grande na Suíça italiana já bem próximo da Itália. Em menos de 30 minutos já estávamos ali, por onde ficamos algumas horas para almoçar e conhecer rapidamente a cidade.
Guardamos as malas no guarda-volumes da estação e tínhamos cerca de 4 horas pela cidade. Como já era tarde resolvemos almoçar ali mesmo próximo da estação para não arriscar outros restaurantes fechados na cidade. E foi muito bom, já que a vista era sensacional, com uma bela imagem de toda a cidade de Lugano e do Lago Lugano.

Lugano vista de cima

Lago Lugano

o último almoço da viagem foi de aproveitar a vista excelente de Lugano

Ao final do almoço pegamos o funicular que leva da parte alta da cidade, onde fica a estação, até a parte baixa, o centro da cidade. É bem rápido, em menos de 5 minutos se pode evitar uma longa descida (e subida na volta!). Soava bem estranho pensar que estávamos na Suíça e todos falavam italiano. Mas ao mesmo tempo dava um certo alívio de ver letreiros e placas bem mais fáceis de se identificar. Percorremos as ruas do centro, que mistura um pouco da arquitetura suíça com o charme italiano. É quase como estar na Itália, mas com o "tudo funciona perfeitinho" da Suíça. Um lugar agradável.

andando pelo centro de Lugano

Rafa no carrossel



Ao chegar na margem do Lago, resolvemos gastar uma parte do tempo de um jeito diferente: andando de pedalinho. Viu só, quem disse que já tínhamos andando de todos os meios de transporte possíveis?! Tudo bem vai, não dá pra considerar um meio de transporte, mas vale o passeio. Se bem que não foi muito fácil. O Rafa queria ficar andando, então imagina a tensão de ficar segurando e duas pessoas fazendo um esforço danado pra pedalar aquele treco. Bom, pelo menos tivemos uma visão de fora da cidadezinha por 20 minutos.

andando de pedalinho

visual de Lugano de dentro do lago


Já era hora de voltar à estação para tomar o trem em direção à Milão. Lá deixamos nossas malas no Hotel. Então nosso roteiro final seria descer em Milão (mais 1 hora de viagem de trem), pegar as malas no hotel, tomar um ônibus para o aeroporto e então seguir de volta ao Brasil depois de excelentes 21 dias nesses 2 países sensacionais para se visitar. Antes de dizer que nossa viagem terminou, fica aqui um pequeno registro do que foi visitar a Suíça.

Um resumo da Suíça que conhecemos

A Suíça é primeiro de tudo um país com paisagens incríveis. Qualquer trecho de trem (e possivelmente de carro, mas já li que há lugares de trens que não se vê nas estradas) é um passeio e tanto. Além disso é fascinante ver as mudanças culturas em tão pouco espaço. Como pode um país com tamanho parecido ao estado do Rio de Janeiro ter três idiomas diferentes como oficiais (há um quarto menos utilizado) e com tanta influência dos países vizinhos? Pode e isso é que torna mais interessante ainda visitar a Suíça. Por ser um país pequeno pode ser facilmente visitado em umas férias não tão longa. Não visitamos os Alpes efetivamente, nem mesmo estações de esqui. Não era a época certa, nem era o nosso foco devido a estarmos com o Rafael. Mas tenho certeza que é uma parte que merece uma visita especial, pois é um dos pontos fortes da Suíça.
Não sei dizer se valeria uma viagem de férias só para a Suíça. Não pelo país, pois certamente vale. Mas primeiro porque é um país muuuuuito caro e isso complica ficar tantos dias num custo tão alto. Segundo porque a proximidade dele aos países vizinhos e com um acesso tão fácil e rápido, ele pode ser sempre uma extensão a outras partes da Europa como a Itália, Alemanha, França ou Áustria.
Ficamos basicamente em duas cidades (Genebra e Lucerna) e ainda tivemos o gostinho de passar parte do dia em Lugano. Em uma próxima visita acredito que o ponto forte seria visitar mais próximo do inverno e ver o lado mais famoso da Suíça: seus Alpes e estações de esqui. Além de outras rotas panorâmicas de tirar o fôlego que não fizemos nessa viagem. Então isso fica para uma próxima oportunidade. Que não tenho ideia quando. Mas com bebê junto não é uma boa ideia.

Voltando ao Brasil

Bem, fizemos nosso roteiro para chegar ao aeroporto. Mas alguns vacilos e imprevistos nos fizeram adiar por mais um dia, que foi perdido ficando somente no hotel. Foi bom para descansar muito e estar bem disposto para a cansativa viagem de volta (são 12 horas). Com o vôo cheio não é fácil acomodar o Rafa no colo durante todo esse tempo. Só com revezamento para conseguir se mexer um pouco. E olha que a Mara tentou dar um jeito dormindo no chão! Isso mesmo, no chão!!!! (temos foto disso na máquina da Dona Sonia, preciso colocar aqui hahaha).
Vale um registro de um corajoso: voltei direto do aeroporto para o trabalho, só parando para tomar um banho e um café da manhã? Foi difícil? Fácil não é, mas difícil mesmo é conseguir ficar os 22 dias em casa e deixando de viver a vida viajando! Acho que já descobriram meu passatempo favorito né?

Valeu a todos que acompanharam e curtiram o blog. Foi uma experiência fascinante não só a viagem, mas relatar tudo isso. Vai valer por toda a vida para nós mesmos. E vale para quem ficou acompanhando ou quer se basear em algo para uma futura viagem. Estamos por aqui para quem quiser saber mais detalhes, dicas, opiniões, sugestões, ou mesmo só saber mais sobre a viagem. Nunca nos cansaremos de contar!

Tchau Itália. Até mais Suíça.
Qual o próximo destino? Sem previsão ainda, vamos aguardar o projeto "próximo bebê" para definir quando e onde! Mas não vai demorar muito, se Deus quiser.

PS: pensam que acabou? Ainda vou postar um último artigo com o mapa da viagem e o trajeto completo por onde passamos.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia 20: uma visita ao gelo e à Lucerna

O dia em Lucerna projetava um passeio pelo Monte Pilatus, uma estação com diversas atrações para diversão, mas que teríamos que sair cedo para o dia render e ainda dar tempo de conhecer a cidade. Depois de acordarmos 7:30, eu comentei com todos que eu tinha pesquisado na Internet que a temperatura lá no local estaria em cerca de 5 graus. Topamos, separamos as blusas e fomos nessa.
Na estação de Lucerna compramos nosso café da manhã e pegamos o trem com destino a Alpnaschstad. Ali era a base para se chegar ao monte de funicular, aquele trenzinho com cara de bonde, que já apresentei anteriormente na passagem pela Ilha de Capri. Só ele já era uma atração, uma vez que se trata da subida de trem mais inclinada do mundo: 48 graus!


base em  Alpnaschstad para subir ao monte Pilatus pelo funicular (ali ao fundo)
A subida de fato é um passeio mágico. A cidade vai ficando pequena e a paisagem ficando mais bonita com a visão de outros montes e lagos. Lá na base estávamos a uma altitude de pouco mais de 300m do nível do mar. E a altitude sobe rapidamente, logo passando dos 1000m em pouco mais de 10 minutos. Então a paisagem começa a se tornar incrível e ficamos ao lago do gelo que não derreteu depois do rigoroso inverno suíço. E aí é olhar pela janela a se deliciar com aquele visual tão diferente para nós brasileiros. O vento começa a ficar mais gelado, colocamos uma blusa e seguidos olhando para fora o tempo todo. Tantos turistas ali mas nenhum era louco de querer fechar o vidro e estragar as fotos.

subindo pelo trem mais inclinado do mundo: a 48º

os lagos e as cidades vão ficando lá embaixo


no meio do trajeto o outro funicular descendo

a paisagem começa a mudar o vento fica mais gelado

um presente e tanto chegar na altitude onde o gelo não derrete

visual incrível

animalzinho típico da região

e a subida continua sem parar

chegando a mais de 2 mil metros de altitude


 Ao chegar no final do trajeto, já estamos a pouco mais de 2000 metros de altitude. Aquele frio de 5 graus que a Internet previu? Não sei onde foi parar, nem mesmo vimos algum termômetro, mas certamente não estava esse frio, a temperatura estava relativamente tranquila e o vento colaborava sem estar forte, apesar de exigir uma blusa, mesmo que simples. Tivemos o primeiro contato com o gelo ali e o Rafa aproveitou para brincar um pouco. E no demais era apreciar aquela bela paisagem de gelo ao redor e as cidades com seus lagos lá embaixo.



vista da estação mais alta do Monte Pilatus


brincando com a neve










Saímos dessa estação mais alta e fomos de bondinho para a segunda estação, já na descida do lado oposto por onde subimos. Viu só né, andamos de bondinho também. Aliás nessa viagem, além de moto, só não andamos de jegue mesmo! O resto foi de tudo. Nesse trajeto de apenas 5 minutos as nuvens cobriram o visual, mas ao chegar próximo à segunda estação já podíamos avistar todas as pistas de tobogã e outras atrações infantis. Uma pena que o tobogã não estava aberto, já que eu e a Mara estávamos loucos pra ir. Só restava um arborismo, mas deixamos pra lá.


segunda estação do monte com seus tobogãs (fechados)


o bondinho que liga a estação mais alta à segunda
Mais uma descida, agora com um bondinho já bem menor e num trajeto de quase 15 minutos. Pausa!!!! Algumas pessoas que sabem, ao ler que eu andei de um bondinho pequeno por eternos 15 minutos e numa altitude absurda, me chamariam de louco. Tenho que admitir: tenho medo de bondinho, mas não tento quanto de teleférico. Esse trauma veio numa viagem há muuuuito tempo em Serra Negra. Quem foi sabe, aquele teleférico é pavoroso, parece que a cada emenda aquilo vai desmoronar e todos vamos rolar montanha abaixo depois de quebrar as duas pernas. É sério, não sei de onde veio isso, até porque não tenho medo de altura. Até de bungee jump já pulei, mas teleférico eu evito. Só mesmo em lugares espetacularmente bonitos e que não sei se voltaria mais na vida, é que eu encaro para aproveitar o lado bom do passeio que é a paisagem. Mas enfim, estava eu num bondinho com tamanho para 4 pessoas, ou no nosso caso para 3 pessoas e um carrinho do Rafa no meio, o que fez com que tive que ir com as pernas para cima! Mas de fato a paisagem nos faz esquecer de qualquer medo. Passar naquele bosque e avistar as cidades ao fundo, é bonito pra caramba!

Nessa terceira estação se tem um restaurante e um playground. Enquanto o Rafa aproveitava os brinquedos, pedimos um almoço em estilo alemão, que é o típico dessa parte da Suíça. Almoçar aquela carne de porco saborosa, tomando uma belíssima cerveja com o visual para o Monte Pilatus, não tem preço!!! O passeio terminava de forma espetacular. E o Rafa dormiu...


tomando outro bondinho para a terceira estação

muito bonito o trajeto na descida

o Monte Pilatus ficando para trás

terceira estação com playground

Rafa curtindo seu momento enquanto aguardamos o almoço


que vida ruim!



um belo visual para um almoço, não?

último trecho de bondinho, em direção à saída do parque do Monte Pilatus



veja se não parece uma maquete dos prédios que você está afim de comprar? Ninguém na rua, tudo extremamente limpo... Essa é a Suíça


Dali desembarcamos em Krienz para tomar um ônibus de volta para Lucerna, com duração de apenas 15 minutos. E quanta diferença para o sufoco dos ônibus em Roma. Que tranquilidade. A Suíça eu acho que não é um país que surgiu com uma história que foi sendo construída ao longo do tempo. Na verdade eu acho que existiu um gigante que tinha peças de lego gigantes e foi montando tudo ali naquela região, e assim formou-se a Suíça. É essa sensação ao "sobrevoar" uma cidadezinha pelo bondinho. Tudo é muito calmo, com pouco movimento nas ruas, limpeza exemplar. E o ônibus? Muito tranquilo, com espaço de sobra para todos, piso rebaixado para entrar com o carrinho de bebê. Enfim, a Suíça é o que podemos chamar de primeiríssimo mundo. Mas isso custa viu! E não é pouco.
Já em Lucerna seguimos para o centro histórico. Como já disse, parece que alguém montou aquilo tudo lá. É um histórico diferente, porque é tudo tão certinho e cuidado que parece que foi feito ontem. E é belíssimo, com aquele estilo próprio e suas bandeiras nos edifícios antigos embelezando ainda mais a paisagem. Passeamos calmamente por ali, até tomar um café da tarde num restaurante na beira do lago. E assim ia terminando nossa passagem por essa canto em estilo alemão e que, dizem alguns viajantes experts, é a melhor cidade - entre as maiores - para se ter uma síntese de toda a beleza da Suíça.



fácil entender as placas?

se na Itália é difícil achar vagas para carros, na Suíça o problema é com as bicicletas

a famosa e antiga Kapellbrücke (Ponte da Capela)

linda vista do centro histórico a partir da Kapellbrücke

Lucerna

antigo edifício típico


Ao anoitecer, seguimos para o Hotel já cansados e deixando as malas prontas para sair cedo (nem tanto, seria umas 8hs) para viajar pela última vez por esse país que a todo instante tem paisagens panorâmicas. Mas antes de dormir não é que me bateu aquela fome?! E aí? Só pra se ter uma ideia, quando precisamos comprar algumas poucas coisas äs 6:30 da tarde, tudo perto do Hotel já tinha fechado. Tive que ir até a estação de trem onde havia um mercado aberto, para comprar o que precisávamos. Não é tão longe, cerca de 10 minutos andando. Mas imagem bater fome perto das 11 da noite? Tudo tem seu preço, e um país tão bonito também. Ô lugarzinho difícil pra achar alguma coisa aberta. Os suíços devem ser viciados em TV ou sei lá o que, porque acho que não saem de casa. E pra ajudar estava chovendo. Mas tudo bem, achei um Burger King de novo na salvadora estação de trem que ficava até que próximo do Hotel. Eis que na volta, só o cara aqui andando de volta e ao chegar na calçada já perto de atravessar, não é que o único carro que eu vi no trajeto todo não parou na faixa para eu atravessar? Não falei que era primeiríssimo mundo? Nós chegaremos lá um dia.
Nota: apesar de tudo parecer tão perfeito, vimos o inimaginável: pedintes na Suíça. Pouquíssimos, mas segundo nosso amigo Camilo algo impossível há 2 anos atrás. Mas a crise mundial não está perdoando ninguém né.
Pois bem, barriga forrada, malas prontas, chuva na janela. Era dormir e esperar pelo próximo dia.



Weiter geht es morgen ("continua amanhã" > tradução via Google, foi o que pude arrumar)